Atividades físicas: como não deixar para depois?

Mesmo com uma rotina adequada de exercícios físicos e boa alimentação, se nossos pensamentos e sentimentos não estiverem sintonizados com nossas necessidades no momento presente, o sofrimento pode ser grande. A intensa rotina diária de trabalho e estudos que, somada às cobranças que criamos para nos relacionarmos em sociedade, pode demandar sobrecarga ao organismo, que não foi “projetado” para colocar-se a todo o momento em reações de defesa.  Grande parte das pessoas não lida bem com frustrações e a ideia de “não ser aceito ou aprovado” pode vir acompanhada por outros comportamentos, muitas vezes de “excesso”, como “comprar demais”, “alimentar-se demais”, “praticar exercícios demais”, dentre outros. Paralelamente, as autocobranças como “não posso errar” ou “tudo tem que sair como eu quero” são também alimentadas. Para alguns, o “corpo idealizado” preocupa tanto que, muitas vezes, situações comuns, como faltar a um treino, podem ser motivo de desorganização emocional.

O autoconhecimento torna-se fundamental, na medida em que é indispensável reconhecermos os próprios limites. Quando não compreendemos ou aceitamos nossas necessidades, por mais intensas que sejam a rotina ou as cobranças sociais em busca do padrão vigente, nossa mente acaba por não ter descanso. A avalanche de obrigações diárias pode sinalizar ao nosso cérebro um alerta de PERIGO! Assim, algumas vezes passamos a “fugir” do que precisaria ser prioridade.

A busca da “imagem ideal” precisa ser feita de forma a promover qualidade de vida. Algumas dicas podem ser úteis quando pensamos em emagrecer ou ganhar peso com saúde:

  1. Consulte um especialista. Uma boa conversa para orientação e a investigação, além de exames clínicos podem ser necessários, a fim de investigar se o organismo responderá adequadamente aos treinos ou à mudança alimentar.
  2. Escolha uma modalidade de exercícios que proporcione prazer: vale dança, musculação, natação e outras. Caminhadas ou corridas, por exemplo, são atividades que podem ser realizadas em academias, ruas ou parques. Decida por aquela que promove maior sensação de conforto. Caso a escolha seja pela academia, certifique-se de que gosta do ambiente e que se sente à vontade para tirar todas as dúvidas com os instrutores, já que eles serão seus companheiros frequentes de treino.
  3. Comece devagar e vá aumentando o ritmo aos poucos. De nada adianta dispender toda a energia nos primeiros treinos e desanimar com o passar do tempo. Os ganhos não são imediatos, mas podemos aprender novas formas de agir, que farão a diferença.
  4. Observe como está lidando com a expectativa de mudança. Pensamentos acelerados ou dificuldades para dormir podem ser sinais de ansiedade e não favorecerão os resultados. Neste caso, uma consulta psicológica poderá auxiliar bastante. Há estudos que demonstram que exercícios físicos combinados com procedimentos de relaxamento e habituação às sensações de estresse podem contribuir favoravelmente no controle da ansiedade e dos sintomas de medo generalizados.
  5. Por fim, desfrute de toda e qualquer possibilidade e não torne o exercício ou a dieta uma “obrigação”.

 O segredo para qualquer escolha funcionar parece estar na moderação. Para que alcancemos o resultado adequado em nosso programa de qualidade de vida, o processo de planejamento e execução precisa ser bem elaborado e o autoconhecimento é, para tanto, essencial. Quando nos permitirmos desfrutar o momento presente, com planejamento e moderação, desenvolvemos maior previsibilidade de resultados que, certamente nos proporcionarão mais plenitude e felicidade.

Tatiana Berta
Psicóloga Clínica (CRP 06/93349)
Terapeuta Comportamental e Cognitiva – USP
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Celular: (11) 98254.6237
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