Ansiedade: até que ponto é funcional?

                Ansiedade e medo são respostas orgânicas, gravadas em nossa constituição, a fim de que nossa sobrevivência seja auxiliada. Por meio deste sentimento, o homem, com o passar do tempo, vem aprendendo a defender-se do perigo e, portanto, a evoluir. Em nosso funcionamento, a ansiedade é uma resposta bastante útil, uma vez que auxilia nosso corpo a usar todo o potencial em busca dos melhores resultados, sobretudo em situações de desafio. Porém, em situações de sobrecarga constante, podem ocorrer sinais de esgotamento que, por sua vez, também têm função. Nestas situações, qualquer pequeno esforço discriminado por nossa poderosa “máquina” cerebral, pode estimular sintomas físicos, com o objetivo de impedir que continuemos nos desgastando. São comuns, por exemplo, as chamadas “dores somáticas” (dores sem causa específica, como as de cabeça, ombros e pescoço), dificuldades para dormir ou sono agitado/superficial, despertares noturnos, excesso de pensamentos (sobretudo de preocupações), desânimo, dentre outros. Estes sintomas ocorrem em decorrência de eventos ou situações estressoras e, portanto, é esperado que em algumas fases específicas de nossas vidas, os experimentemos em algum grau. No entanto, é preciso considerar a função, duração dos episódios e os efeitos, em decorrência destes, no cotidiano. Reconhecer estes fatores é importante, a fim de que diferenciemos a ansiedade considerada comum da ansiedade patológica, ou seja: a que causa prejuízo e sofrimento. Para que um Transtorno de Ansiedade Generalizado seja observado, por exemplo, existem critérios específicos, dentre os quais a duração do sofrimento (segundo o DSM IV, o período é de seis meses), afetando a qualidade de vida – como o desempenho escolar ou profissional.

                Fique atento, portanto, a alguns dos “alertas”:

  1. Agitação e sensação de estar com os “nervos à flor da pele”;
  2. Preocupações constantes;
  3. Dificuldades de concentração ou esquecimento (“brancos”);
  4. Musculatura tensa;
  5. Perturbação de sono.

                São tratamentos para ansiedade a ansiedade patológica:

  1. A Psicoterapia, realizada por psicólogo ou médico psiquiatra/psicoterapeuta;
  2. Os medicamentos (com orientação e prescrição médica);
  3. Ambos os acompanhamentos (de forma integrada).

             Outros transtornos podem ter base ansiosa e trazer, igualmente, bastante prejuízo. O autoconhecimento é um importante aliado à saúde. Quanto mais nos conhecemos, mais facilmente percebemos nossas reações “automáticas”, dentre estas, nossa interpretação de cada situação do cotidiano. A forma como os estímulos do ambiente são entendidos está diretamente relacionada à necessidade de nos protegermos em maior ou menor grau, nos movimentando forma mais funcional à sobrevivência.

Referências Bibliográficas:

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual de Diagnóstico e Estatística de Distúrbios

Mentais DSM-IV. São Paulo: Manole, 1994.

Tatiana Berta
Psicóloga Clínica
Terapeuta Comportamental e Cognitiva – USP
Consultório: (11) 4116.0580
Celular: (11) 98254.6237
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