A forma como nos colocamos no mundo (incluindo nossa noção de consequências) está relacionada as nossas histórias, seja por meio do exemplo de pessoas próximas ou pelo que recebemos, ao fazermos algo.
As modificações podem acontecer direta ou indiretamente e, no caso de “falar da vida alheia”, por exemplo, há um “ouvinte” que “alimenta” a ação do “falante”.
A fofoca sobre o que seria “negativo” no comportamento do outro pode ter a função receber atenção, dentre outras.
No entanto, o que foi dito pode desencadear consequências negativas para a pessoa sobre a vida da qual é falada, o que parece não ser relevante para o fofoqueiro.
Para este, escolher uma resposta prazerosa imediata pode ser mais relevante do que o cultivo de valores como respeito à individualidade, o que já fala muito a respeito do “falador”.
A fofoca ganha mais força quanto mais for passível de ser ouvida, já que o que a sustenta é a resposta de quem está ouvindo.
Dar ouvidos às fofocas, além de incentivar quem as faz, alimenta um movimento de indiferença sobre o desconforto alheio.
Fazer fofoca “diz” muito sobre quem faz e sobre quem ouve.
Referências:
VIEIRA, RA. O efeito do reforçamento diferencial no fofocar como comportamento verbal, 2010.
Tatiana Berta Psicóloga