A família vai aumentar. E agora?

O que vai dentro desse grande coração de mãe que não se cansa, que não se desliga e que infinitamente se divide sem perder força e coragem?

Junto com tudo o que é inerente à função materna cabem também os cuidados e os olhares diferenciados em cada momento, a cada instante de vida, e aí fica uma pergunta: o que fazer quando se está para aumentar essa família, essa união, esse laço com a chegada de mais um filho? O que fazer para lidar com as mudanças que o filho, ou os filhos mais velhos apresentam e se tornem demasiadamente preocupados, ciumentos, por vezes até com comportamentos regredidos durante a fase da gravidez e do nascimento do mais caçula?

​O momento não deve ser encarado como definitivo tampouco como algo que passará assim que o irmão nascer.

Não existem regras definidas e  algumas crianças podem não “perceber” a chegada do irmão como algo diferente. Cada criança apresenta mudanças de comportamento de acordo com sua forma de ser  e estar no mundo – mas não somente isso. É nessa hora que o olhar atento da futura mãe deve concentrar todos os esforços no sentido de garantir a esse filho mais velho que seu lugar está e estará sempre garantido em sua vida.

Cabe observar mudanças de comportamentos como choros, birras, oposições e desafios que antes não aconteciam, queda do rendimento escolar nos mais velhos – em alguns momentos essas são as formas que algumas crianças usam para demonstrar insatisfações, inseguranças e desconfortos inerentes ao período de gestação e nascimento do irmão.

Vale também nesse momento dialogar com a criança, explicando sobre a chegada desse bebê e o quanto ele agregará união no seio da família, mostrando que um não pegará o lugar do outro e que todos são importantes nesse contexto familiar renovado, que cada vivência que ele presenciar já terá sido superado pelo mais velho, que agora passa a ter um papel importante no crescimento, desenvolvimento e aprendizado desse pequeno novo ser, buscando assim uma harmonia e uma renovação que a maternidade, o nascimento e a vida podem celebrar!

 

Escrito por Paulo Sergio Estevam Ferreira, professor, psicopedagogo e psicólogo (CRP 06/93350) – Contato: (11)98213.1941