Padrão de “Pensamento Acelerado”: como identificar e lidar?

A vida corrida nos grandes centros urbanos, permeada de excessos por todos os lados: demandas do trabalho, celular, redes socias, atividades, informação, violência, pressão escolar, dentre outras, acabam levando à mudanças no padrão do fluxo dos pensamentos e atitudes, que podem comprometer nossa saúde mental.

No modo “automático” vivemos como se fossemos guiados por referências prontas. Para uma vida social competitiva, entrar no modo automático pode nos ajudar a agir rapidamente, nos projetarmos como eficientes e produtivos. Porém, em alguns casos, ficamos tão misturados com nossos pensamentos e sentimentos sobre passado ou futuro, que perdemos contato com o que está acontecendo no momento atual, correndo risco de entrarmos em estágios de ansiedade disfuncional ou de esgotamento.

Alguns questionamentos podem auxiliar a identificar quando estamos com dificuldades em administrar nosso nível de atenção, de forma a atender nossas necessidades:

  • Consigo manter concentração em alguma tarefa necessária ou que me predispus a realizar?
  • Estou com dificuldades para relaxar e desacelerar os pensamentos?
  • Tenho tido episódios de falta de memória?
  • Meu humor muda sem que eu consiga entender o motivo?
  • Sinto cansaço e dificuldade para iniciar atividades?
  • Me percebo sofrendo antes que algo desconfortável possa acontecer?
  • Durmo e não sinto que descansei o suficiente?

O autoconhecimento implica, dentre outras possibilidades, no desenvolvimento de autorregulação, capacidade de direcionar a atenção, intencionalmente, às experiências do momento presente. Esta e outras ferramentas utilizadas em psicoterapia, especialmente nas Terapias Comportamentais (baseadas em Mindfulness e Aceitação, por exemplo), procuram trabalhar autoconfiança e autonomia para que se aprenda a identificar, aceitar e lidar com as dificuldades. A intervenção precoce é fundamental no bloqueio e controle de sintomas, bem como na melhoria dos resultados. Quanto mais depressa for instituída uma sequência de tratamento, melhor será o prognóstico.

 

*Tatiana Berta Otero – CRP: 06/93349 (Psicóloga Clínica, Terapeuta Comportamental Cognitiva, Mestre em Ciências da Saúde)